As Feiticeiras de East End

Skoob

   Família Beauchamp, vol.1
    Autora: Melissa de la Cruz
    Editora: iD
   Páginas: 312

A família Beauchamp é mais incomum do que os vizinhos podem suspeitar. Apesar de adotarem uma imagem normal, Freya, Ingrid e Joanna são feiticeiras imortais que estão sendo castigadas por uma severa maldição do Conselho. Muitos anos atrás, quando as mulheres foram perseguidas e declaradas bruxas em uma época em que feitiçaria era crime, Freya e Ingrid acabaram sendo enforcadas pelas pessoas que antes eram seus amigos. Como imortais, as garotas renasceram pouco tempo depois, mas por terem sido tão relapsas com seus poderes ao ponto de serem descobertas pelos mortais, o Conselho declarou que como punição a família Beauchamp estaria proibida de fazer feitiços novamente, caso contrário, seriam enviadas ao Limbo por milhares de anos.

Por anos, as Beauchamp se mantiveram a surdina. Elas não praticavam mais feitiços, não celebravam mais rituais, não faziam poções e não tocavam em suas varinhas. Mas uma noite tudo mudou. Cansada de se manter alheia a tudo ao seu redor, e ter que ser somente mais uma na multidão, Freya voltou a fazer as poções de amor que tanto gostava para vender no bar em que trabalhava como deliciosos coquetéis. E logo depois dela, após terem percebido que o Conselho não tinha tomado nenhuma atitude até então, Ingrid e Joanna seguiram o mesmo caminho, a primeira fazendo os talismãs para ajudar as pessoas, e Joanna usando seus poderes para divertir Tyler, o garotinho fofo e filho da empregada da família.

Os problemas começam, no entanto, quando o amigo que Joanna ressuscitou começa a agir de forma diferente, assim como uma garota tímida e reservada é dada como desaparecida logo após consumir um coquetel de Freya que tinha o poder de deixá-la irresistível. E além de tudo isso, algo terrível acontece com o prefeito da cidade pouco depois de sua esposa ter adquirido um dos talismãs de Ingrid com o intuito de fazer dele um marido fiel novamente.

Pra falar um pouco das personagens: Freya é impulsiva, divertida, sedutora e aventureira. Seu grande dom é conseguir sentir a energia e as emoções ao seu redor e transmitir a sua para o ambiente também, mesmo sem querer. Com uma aparência próxima aos 20 anos, e sendo linda como é, Freya logo de cara conseguiu fisgar o melhor partido da cidade, seu noivo Bran Gardiner, o herdeiro de uma fortuna considerável, filantropo, e gentil. O drama de Freya começa ao conhecer Killian, o irmão pródigo de Bran que consegue despertar dentro dela um desejo insaciável, levando-a a ter um caso de amor com o seu cunhado.

Já Ingrid é mais restrita que a irmã Freya, sendo inteligente e bem comportada, e com a idade próxima aos 30 anos, seu amor verdadeiro é por livros e não homens. Possui o dom de prever o futuro com um simples olhar mais atento nas pessoas ao seu redor. Joanna é a mãe das duas, apesar de ser imortal como as duas filhas, ela aparente está beirando os sessenta ou setenta anos, com cabelos grisalhos e uma obsessão por mudar as cores das paredes da casa. A maldição despejada pelo Conselho sobre ela acabou lhe tirando um filho, e é por isso que o pequeno Tyler acaba por se tornar seu protegido em tão pouco tempo.

Minha impressão quanto a este livro é de que a autora misturou coisas demais, e não aprofundou muito em nenhuma delas. O livro se chama As Feiticeiras de East End, mas o enredo traz não somente feiticeiras, como também vampiros, zumbis e deuses. E, no fim, a impressão que dá é de que cada um deles passou batido, era só mais um personagem pra encher página. Outra coisa que não faz o menor sentido no livro é que, apesar de as mulheres estarem com uma maldição sobre suas cabeças e não poderem usar seus poderes sob pena de, se caso o Conselho descobrir, elas perderão sua imortalidade, a primeira coisa que elas fazem e anunciar aos quatro ventos que você pode ir ao bar tomar uma poção do amor, ou ir à biblioteca para curar sua infertilidade com um talismã. E até mesmo a mãe, Joanna, que deveria ser a sábia da família, ressuscita um amigo que já tinha sido dado como morto, ou seja, pra quem não poderia usar magia nem mesmo escondido, elas dão bobeira demais.

Além de não serem nada discretas, as Beauchamp são aquele tipo de feiticeiras que não merecem o poder que tem. Sabe aqueles poderes típicos dos filmes em que ela movem objetos com a mente, limpam a casa com um movimento de varinha, ou ainda trocam de roupa num simples apontar de dedo? Aquele tipo de feitiço que faz você desejar ser bruxa também? Pois é, as feiticeiras deste livro não fazem esse tipo de coisa, parece que o poder delas se resume simplesmente ao fato de fazerem poções e talismãs. Ah, e ressuscitar zumbis. Nada, nem de longe, extasiante, animador ou deslumbrante.

Os capítulos são intercalados, focando em uma feiticeira por vez, mas, sinceramente, eu passei a leitura inteira desejando que o livro tratasse somente da vida de Freya, pois as partes sobre Ingrid e Joanna (principalmente Joanna) são tremendamente sem sal. E nem se quer era pela magia de Freya que eu esperava (como já disse, essas garotas são um desperdício de poder). O que eu gostei mesmo do livro, e essa foi a única parte que gostei do livro, foi do romance secreto e proibido entre Freya e Killian, o lindo, belo, maravilho Killian. Embora, claro, a autora não tenha focado nele, mas as pequenas e intensas cenas entre os dois já eram melhores do que nada.

Creio que o problema mesmo foi que eu pensei que o livro fosse uma coisa e na verdade ele é completamente diferente. Como me interessei por essa obra somente após ter assistido o seriado Witches of East End, que supostamente é baseado neste livro, imaginei que a estória ao menos se assemelhasse com a do seriado. O que descobri, na verdade, é que, apesar do seriado ser bem fiel às personagens e suas personalidades, o enredo em si não tem nada a ver com os episódios. O seriado inclusive tem até uma personagem a mais, que no caso é a irmã de Joanna, que nem se quer existe no livro. Por ter gostado tanto de Witches of East End, eu imaginava que fosse amar As Feiticeiras de East End, e na verdade me decepcionei. O seriado tem um roteiro muito mais incrementado e emocionante do que o livro, e apesar de também misturar alguns seres mitológicos na estória, é de longe mais interessante e melhor organizado do que a versão escrita pela Melissa De La Cruz.

Já tinha tentado ler uma vez o livro Os Vampiros de Manhattan dessa mesma autora, mas o começo tinha sido tão pacato que acabei abandonando. Então, resolvi dar uma segunda chance a Melissa e iniciei a leitura de As Feiticeiras de East End. Não caracterizaria este livro como ruim, apenas como regular. Em alguns momentos nós realmente gostamos do que estamos lendo, como era o que eu sentia com Freya, mas outros são intragáveis, como a Joanna, que na minha opinião é uma personagem dispensável. Não sei se lerei a continuação dessa série, porque o final foi realmente decepcionante, mas a leitura valeu a pena por matar minha curiosidade quanto ao livro e me fez amar ainda mais a série.
Este é o inicio do fim – ela pensou. A primeira vez fora um erro, um ato impulsivo e súbito de uma jovem tola. Desta vez, ela já sabia... e ainda assim ela tinha sucumbido. Freya retribuiu os beijos ansiosamente e caiu de cabeça dentro do abismo. (Página 167)
Beijos e comentem!

10 comentários:

  1. Quando vi essa autora no skoob eu não tive uma imensa vontade de ler as obras porque achei inocente demais pra minha fase, e com tantos personagens dispensáveis eu acho que fico feliz por não tê-lo em mão e nem colocado como desejado. Claro que nós podemos ter gostos diferentes, mas se a história é tão superficial assim prefiro nem arriscar a ler. :)
    Obs: depois vou ver sobre esse seriado e ele existe faz tempo ou é lançamento desse ano? xD

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  2. Olá Camila!
    Sério que tem livro dessa série? Sou apaixonada pela série, mas não sabia que tinha livro \o
    Vou agora mesmo procurar onde poderei comprá-lo, rs.
    Sua resenha me deixou mais empolgada ainda pela leitura!
    Beijos,
    Ana M.
    http://addictiononbooks.blogspot.com.br/

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  3. As vezes tem passagens nos livros com situações tão óbvias (tipo o fato delas estarem proibidas de fazer magia, porém contar à todos que estão vendendo magia) que é difícil imaginar como um autor deixa passar. Parece até que ele esqueceu o que escreveu, não revisou e acabou se contradizendo. Isso é muuuito broxante!! kkkk
    As vezes o autor tem uma bela história em mãos, mas acaba perdendo-a por querer colocar vários best-sellers em uma mesma narrativa.

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  4. Nossa fazia um tempo que eu não vinha aqui! Aqui mudou bastante. Está lindo!

    Logo quando comecei a ler tua resenha, percebi o furo da autora. É, sem sombras de dúvidas, muito estranho elas não poderem usar seus podres e começarem a distribuir medalhões e porções por aí.

    Amei sua resenha, como sempre. Me incentivou a ler.

    Beijos!

    eueminhacultura.blogspot.com.br

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  5. Oii!!!
    Ainda não conhecia o livro, mas a capa é linda, apesar de a história nem tanto!
    Fiquei curiosa para conhecer a personagem Freya!
    Beijos

    Elidiane
    Leitura entre amigas

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  6. Oi Camila!
    Que saudade de visitar seu cantinho! Hehe
    Bem, eu não conhecia este livro. E mesmo após conhecê-lo e ler sua resenha, não fiquei nem um pouco interessado. Este tipo de leitura não me atrai mais. Parece-me mais do mesmo. E como você mesma disse que a autora não soube como aprofundar de forma satisfatória, nem arrisco-me.
    Parabéns pela resenha!
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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  7. Já não gosto muito de livros assim, e ainda por cima quando vejo que não é tão legal!
    Misturar coisas demais é um perigo, e deixá-las de lado do nada e péssimo! =S

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  8. Nossa que chato quando um livro parece ser uma coisa e é outra. Também acho que quando o autor quer falar de tudo acaba não conseguindo desenvolver nada direito. Mas enfim desejo sorte e sucesso a vc nas próximas leituras!!!

    Leituras, vida e paixões!!!

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  9. COMO ELA ME FAZ ISSO COM O LIVRO????? O_o tipo Hã? A série é ótima, tenho assistido ela e gostado muito.
    Vou comprar o livro e ler, quero ter a minha opinião. Embora essa coisa de misturar 151365 seres é meio tenso.

    Beijinhos
    www.intheskyblog.blogspot.com.br

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  10. Amo livros de bruxas, mas essa mistura toda não consegue me animar a uma leitura. Ainda mais zumbis, odeio zumbis. E pior, há muita contradição nele pela sua resenha.

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Obrigada por deixar sua opinião! Beijos!

 
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