A Desconstrução de Mara Dyer

Skoob

   Mara Dyer, vol.1
    Autora: Michelle Hodkin

    Editora: Galera Record
   Páginas: 378

Como explicar o estado em que eu fiquei ao terminar de ler A Desconstrução de Mara Dyer? Vejamos: extasiada? Ansiosa? Louca pelo próximo livro? Misture tudo isso dentro de uma pessoa só e ainda assim você nunca saberá o que eu realmente senti quando Mara e Noah me deixaram. O enredo criado pela Michelle Hodkin é envolvente, misterioso, com um romance lindo e na dose certa, e angustiante. Enfim, é daqueles que não te deixa comer nem dormir enquanto não termina a última página. Mas deixa eu explicar pra vocês o que rola nesse livro pra ter me deixado assim:

Há poucos meses Mara Dyer sofreu um acidente horrível na antiga cidade onde morava. Ela, sua melhor amiga, Rachel, seu namorado, Jude, e a irmã dele, Claire, estavam dentro de uma antiga construção da cidade, quando o prédio desabou, matando Rachel, Jude, e Claire, e deixando Mara com nada mais do que um olho roxo, por assim dizer. Ela não se recorda ao certo do que aconteceu naquele dia, nem porque estavam lá, como chegaram, e o que gerou a queda do antigo Sanatório onde estavam. Tudo o que Mara sabe é que precisa de novos ares, e é por isso que ela e a família se mudam para a Flórida pouco tempo depois.

Mara estava cansada da super proteção da mãe quando, finalmente, voltou a estudar. Na nova escola, cheia de filhinhos de papai, Mara esperava conseguir se formar e atingir médias boas o suficiente para passar em uma faculdade e ser normal. Ela só não contava que logo no primeiro dia de aula as alucinações voltariam. Em menos de um dia, Mara vê sua sala de aula desabar, seu namorado morto andando atrás dela, e a irmã dele no espelho do banheiro. Todas as alucinações que ela estava lutando tanto para reprimir nos últimos meses voltaram com carga total.

Mas nem tudo estava um completo desastre na vida de Mara. Por algum motivo, Noah – o lindo, popular, e meu sexy Noah – estava fazendo da garota a sua mais nova obsessão. Se ele não fosse tão egocêntrico e galinha, e se Mara não tivesse acabado de sofrer um grande trauma, ela até consideraria a possibilidade de investir nele. Mas este não era o caso. E apesar de a garota fazer o possível para demostrar seu total desinteresse, Noah era insistente, e não tinha medo nenhum de demonstrar o quanto estava interessado, principalmente se eles estivessem em público ou se isso fosse fazer as bochechas de Mara ficarem vermelhas. E é claro que, com a garota nova e antissocial se tornando o foco da atenção do garoto-sonho-de-consumo de todas as outras meninas (e de alguns garotos também), isso trouxe problemas entre Mara e todas as exs de Noah, que fizeram dela seu alvo preferido.

Mas ela nem podia imaginar o que estava por vir ainda. Em um dia qualquer, Mara encontrou uma cadela morrendo de fome e acorrentada em um quintal. Ao tentar soltar a pobrezinha, ela foi surpreendida e ameaçada pelo dono do animal e, enquanto voltava para escola, em um instante de raiva absoluta, Mara desejou matá-lo, conseguindo imaginar perfeitamente a cena em que o velho nojento morria com a cabeça estilhaçada. Horas depois, quando Mara foi rever a cadela, e confirmar se sua denúncia ao Serviço de Proteção aos Animais tinha realmente sido verificada, a garota encontrou uma cena que te surpreendeu: policiais e ambulâncias estavam ao redor da casa do homem que a havia ameaçado, e ele estava estirado no chão, morto, com a cabeça arrebentada... Exatamente como ela tinha desejado.

A garota de apenas 16 anos, agora tinha que descobrir se o que ela viu não passou de mais uma de suas alucinações, ou se ela era realmente letal. E acima de tudo, Mara precisava se lembrar o que tinha acontecido naquela noite fatídica que havia matado sua melhor amiga, que ela tanto amava. Afinal, o que tinha ocorrido de tão ruim ao ponto de seu cérebro bloquear as lembranças? Ela precisava se lembrar! Só não imaginava que Noah, o cara que por algum motivo ela não queria que ficasse longe dela, mas que também não queria perto demais, tinha um papel importantíssimo nas suas descobertas. Talvez, sem que ela nem imaginasse, ela e Noah realmente foram feitos pra se encontrar.

Como já disse anteriormente, A Desconstrução de Mara Dyer é extasiante. Realmente de tirar o fôlego. O único arrependimento que tenho quanto a este livro e de não tê-lo lido antes. Michelle Hodkin conseguiu desenvolver uma narrativa sem falhas, sem cenas clichês, e com uma originalidade impressionantes. Fiz um grande esforço pra encontrar um único ponto negativo no livro, mas isso foi impossível.

Noah é o tipo de cara que você gostaria que pulasse das páginas e fosse seu par perfeito para sempre. Embora ele seja absurdamente egocêntrico, tenha uma monstruosa reputação de destruidor de corações (e de himens), ainda assim Noah consegue ser gentil, fofo, engraçado, divertido e sexy. Não tem como resistir! Mara nunca teve chance alguma contra o charme dele.

Mara já é aquela garota tímida, problemática, com uma bagagem tremenda nas costas, e atolada de segredos que ela nunca poderá revelar. Todas as vezes em que a garota passa por alguma situação fora do comum, você começa a duvidar da sanidade dela. Afinal, isso foi ou não uma alucinação? Afinal, Mara está ou não perdendo o controle sobre a própria mente e a noção do tempo? Ela realmente está lembrando ou imaginando?

O roteiro de A Desconstrução de Mara Dyer é daquele tipo que te faz sentir junto. Você sofre, ri, se apaixona e vive junto com Mara e Noah. Não consegui largar o livro enquanto não terminei. Sinceramente, não tem leitura melhor pra ser recomendada pra quem curte uma ficção sobrenatural com um bom romance.

- Bem, é você quem está citando o livo. E errado, aliás. Então, o que isso te torna?
O meio-sorriso tornou-se um sorriso completo e malicioso.
- Ah, com certeza sou um pervertido que tem problemas com o papai.
- Acho que você me pegou, então.
- Ainda não. (Página 58)

- Sou melhor estudando sozinha.
- Não acho que seja verdade.
- Não me conhece bem o bastante para afirmar isso.
- Então vamos mudar essa fato. (Página 104)

A presença de Noah amenizava a minha loucura e era quase o bastante para me fazer esquecer o que havia feito. (Página 332)

Beijos e comentem!